22 de março de 2010

O Chão da Renuncia







Comecei a ler ontem este livro e não consegui parar de o ler .



Este livro escrito por Aida Baptista, é o relato de uma viagem de volta ás origens.
Aida Baptista é mais uma das que correu descalça aquela rua onde morávamos, naquela cidade de acácias rubras e praias de água azul, naquela terra que é vermelha, onde o cheiro é uma mistura de acácias rubras e da maresia da praia morena, e , fez-me voltar a minha infância, aqueles lugares e cheiros que nunca esquecerei e aquele eterno amor mal resolvido e que só terminará no dia em que eu lá voltar.


Tal como ela um dia hei-de lá ir despedir-me daquela terra de onde parti sem mesmo dizer adeus.

Este livro é um relato de uma vida vivida, paixões mal resolvidas e um contra-face do que era e do que é aquela terra que nos viu crescer e que a mim me viu nascer.



Para todos os que viveram África, Angola, para todos os bengalenses, aconselho a ler este livro.






A Ti Aida o meu muito obrigado, por partilhares todas estas recordações.






11 comentários:

Osvaldo disse...

Parisiense;

Bom, nem sei como e por onde começar. É que conheço essa grande escritora e "O Chão da Renúncia" é um livro que todos que viveram em África ou que lá nasceram deveriam ler porque é uma experiencia de vida fascinante.
E também porque Aida Baptista é da minha terra, é de Tabuaço terra de gente que "brincam com as letras para formarem lindas palavras", que dão normalmente grandes obras da nossa literatura.

Obrigado Parisiense e a Aida bem merece que se fale da sua obra.

bjs,
Osvaldo

Osvaldo disse...

Parisiense;

Desculpa não te pedir autorisação mas publicitei a foto do livro no meu blog. Se achares que não devo, eu removo a foto.
bjs
Osvaldo

Parisiense disse...

Osvaldo,
Como o mundo é pequeno....quase parece uma ilha.

Claro que podes publicar e divulgar o livro da Aida.

Conheço a Aida desde criança, pois eramos vizinhas em Benguela....a casa dela era a 2 passos da minha.
Brincamos descalças na mesma rua, na mesma praia,frequentamos o mesmo colégio e o mesmo liceu e cheiramos o mesmo ar das acácias rubras daquela linda cidade.

Eu binquei mais com os irmãos mais novos dela pois a Aida era a mais velha e mais velha que eu, portanto.

Mas sentimos o mesmo amor aquela terra que nos viu crescer.

Divulga sim o livro dela que é o retrato de vivenças passadas e presentes.....uma mistura do que foi e do que é.

Beijokitas

Teté disse...

Olha quem também foi à apresentação de um livro... :)))

E o livro pode ser lido por quem nunca sequer visitou Angola (ou Tabuaço), que tem mais que essas recordações que essa terra vos traz, ou nem por isso? Perguntar não ofende, né?

Beijokitas, nina!

Laura disse...

POis bem, por todo o lado vem um livro e é de Tabuaço, ehhh já nada me admira há Tabuacenses de gema com uma carreira literária de fazer inveja...
Se estivesse pertinho, emprestavas-mo, eu não o estragava nadinha...enfim..Beijinhos ó benguelense das ruas com acácias rubras.. laura

Parisiense disse...

Tété,
Pode ser lido por quem nunca foi a Angola, ou a Benguela.

È uma mistura entre o passado e o presente visto pelos mesmos olhos e vivido pela mesma pessoa.

Podes ler sim, Tété que tenho a certeza que vais achar muito interessante.

Beijokitas

Parisiense disse...

Laura,
Quem sabe um dia ainda o vais ler....acredita.

Beijokitas

Zé do Cão disse...

Bem dita net que nos dá a conhecer o mundo. Mundo que nos passaria ao lado, sem ela.
Obrigado, Parisiense e Osvaldo

Parisiense disse...

Zé do Cão,

E foi justamente através da net que eu encontrei muitos dos amigos perdidos de Benguela e da m/Angola.
Entre eles a familia Batista que morava na mesma rua que eu a 2 passos da m/casa.
Bendita net.

Beijokitas

Osvaldo disse...

Parisiense, permite-me mostrar uma apreciação minha em Maio de 2005 sobre um outro livro desta grande escritora Aida Baptista e que é um livro que recomendo e que tem por titulo "Passaporte Inconformado".

"Passaporte Inconformado... Quanto poderá pesar este título ?, quanta intencionalidade haverá nas interpretações ?, quantos já se abraçaram a um simples livrete de salvação?, quantos já os lavaram com lágrimas e outros os enterraram com sangue?...... O meu, (um) não tem por título "inconformado" porque é sempre renovado porque é a certeza minha de que existo. O outro têm que me lembrar para o fazer. Por quê... adevinhem.
Imigrante sou, aqui, ali, aí, acolá. Ontem, hoje, amanhã, sempre o serei, sempre o seremos porque antes de nascermos todos nós viemos de algum lugar. Conformados ou inconformados, todos nós cá chegamos e o PASSAPORTE foi cá que o recebemos.
Parabéns Dra. Aida Baptista pelo caminho percorrido e pelo muito que ainda terá que calcorrear."

Extrato publicado em Arl Lusa de Gustavo de Almeida.

bjs, Parisiense e um outro muito grande aà dra. Aida Baptista.

Osvaldo

Je Vois La Vie en Vert disse...

Querida Parisiense,

Como gostava de ter boas lembranças da minha terra natal mas só me lembro da nossa fuga de barco para Brazzaville e do campo de refugiados onde estivemos. Todo o resto varreu-se da minha memória. Tinha eu 6 anos.

Estava na Bélgica quando faleceu o Jean Ferrat e a homenagem no funeral foi muito digna. Ele tinha pedido um funeral na simplicidade com gente da região onde se tinha retirado, na montanha que cantava tão bem.
Também deixei-lhe a minha homenagem no meu Coffre des Trésors de Verdinha

Beijinhos, amiga

Verdinha